Tingimento natural



 Vou terminar este experimento iniciado.
A última planta escolhida para o tingimento normal é o eucalipto.


Esta  árvore é originária da Tasmânia 
e introduzida no sul do Brasil no início do século XX.
Muito obrigada Harry Lorenzi.



As folhas e os galhos foram cortados e ficaram de molho.


Claro, tive problemas com as fotos outra vez, 
contudo, as cores obtidas foram muito fracas.
Esperava mais do eucalipto, 
mas com um método simples não consegui muita cor.


Considerações finais:
> fazer experimentos com plantas é muito bom, dá alegria;
> o experimento precisa de toda sua atenção;
> mesmo quando sua expectativa não é alcançada 
voce quer continuar;
> mesmo com a técnica mais simples se consegue extrair 
a cor das plantas;
> qualquer pessoa pode se iniciar neste processo 
e produzir trabalhos originais.



A pixirica  é da família Melastomataceae e responde pelo 
nome de Leandra australis. 
 É nativa do Brasil, não endêmica, floresce 
e frutifica praticamente o ano todo. 
Ocorre nos estados de Minas Gerais,  Rio de Janeiro, Espirito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Ela é uma grande companheira da estamparia vegetal


Preparei ela para o tingimento.


Por ter muita expectativa com estas folhas, 
fiquei decepcionada com o resultado.
Ficou a com a cor de chá, um cremezinho.
Como já tenho várias cores nesta paleta vou colocar ela 
no banho do eucalipto e ver o que acontece.


Escolhi  quatro plantas para o tingimento natural.
Já mostramos a aroeira, agora vamos experimentar a carqueja.
Preciso fazer assim, escolher algumas plantas e tingir.
Tenho muito verde me envolvendo...
 e posso me esgotar rapidamente 
se a cada árvore, arbusto,vegetação rasteira,  grama, 
que eu olhar quiser experimentar para o tingimento...



Carqueja é o apelido carinhoso do povo e  Baccharis trimera 
seu nome de batismo científico.
Os povos indígenas a usam há séculos.
Melhor uso na medicinal como extrato aquoso cru desta planta. 
Obrigada Harry Lorenzi.


Como a queremos para o tingimento devemos pica-la
 e deixar de molho.



Este é o primeiro banho.
Saiu um amarelo lindo e claro, ou claro e lindo.
Também não consegui passar este colorido. eita!!


Resolvi fazer um segundo banho.
O fio saiu com uma cor maravilhosa.
 Já a mecha saiu bem mais clara.


Feliz com os dois resultados anteriores, fiz um terceiro banho.
Os fios saem com uma cor linda e mais clara que a anterior.
A mecha saiu mais clara que o segundo banho.


Aqui nesta foto consigo mostrar melhor o desenvolvimento das cores obtidas nas mechas,  nos três banhos.


Os fios são resultados do segundo banho, à  direita, 
e do terceiro banho, à esquerda.

Num experimento tão simples, a Baccharis mostra todo seu poder.
Ela é poderosa sob todos os sentidos.


Bem, sai dos tingimentos das "relíquias" e vou fazer quatro experimentos com folhas frescas aqui de casa.


Começo com a aroeira, pois meu marido precisava
 poda-la e segura-la para o vento não a destruir.
Ela é uma das minhas queridinhas na estamparia vegetal.



Ela se chama Schinus sp, pois ela possui muitas variedades, 
e pertence a família Anacardiaceae.
É muito comum na área litorânea e na serra.
Segundo estudos é a árvore da mulher.



Peço perdão pela inabilidade fotográfica.

A cor que saiu nas mechas para feltrar e fiar é de esmeralda, 
aquela que não tem valor por não ter a transparência conhecida.


Os fios saíram meio esverdeados, para o oliva.

Amei!!!

Eis aqui a primeira leva de produtos 
que obtive do tingimento natural.


Quando reuni todos fiquei surpresa que havia feito sete banhos de tingimento natural e conseguido diversos tipos de produtos.


Fios de lã de ovelha tosquiados, lavados, cardados, 
fiados e tingido artesanalmente.
Escolhi os tons obtidos da casca de cebola roxa, primeiro e segundo banho, casca de cebola amarela e a marcela. 


Escolhi  quatro plantas para o tingimento natural.
Já mostramos a aroeira, agora vamos experimentar a carqueja.
Preciso fazer assim, escolher algumas plantas e tingir.
Tenho muito verde me envolvendo...
 e posso me esgotar rapidamente 
se a cada árvore, arbusto,vegetação rasteira,  grama, 
que eu olhar quiser experimentar para o tingimento...



Carqueja é o apelido carinhoso do povo e  Baccharis trimera 
seu nome de batismo científico.
Os povos indígenas a usam há séculos.
Melhor uso na medicinal como extrato aquoso cru desta planta. 
Obrigada Harry Lorenzi.


Como a queremos para o tingimento devemos pica-la
 e deixar de molho.



Este é o primeiro banho.
Saiu um amarelo lindo e claro, ou claro e lindo.
Também não consegui passar este colorido. eita!!


Resolvi fazer um segundo banho.
O fio saiu com uma cor maravilhosa.
 Já a mecha saiu bem mais clara.


Feliz com os dois resultados anteriores, fiz um terceiro banho.
Os fios saem com uma cor linda e mais clara que a anterior.
A mecha saiu mais clara que o segundo banho.


Aqui nesta foto consigo mostrar melhor o desenvolvimento das cores obtidas nas mechas,  nos três banhos.


Os fios são resultados do segundo banho, à  direita, 
e do terceiro banho, à esquerda.

Num experimento tão simples, a Baccharis mostra todo seu poder.
Ela é poderosa sob todos os sentidos.


Os cachecóis feltrados só retirei 
o tingimento com chás e o do banho com chás e marcela.


Já as mechas para feltragem e fiação gostei de todas as tonalidades.


Fiz novelos de 5g até 50g, e, 
ainda coloquei em sacos plásticos pequenas porções das
seis tonalidades obtidas.


Não resisti! 
Adorei esta imagem parecendo uma onda nas águas do tingimento.

Encontrei esta belezura nas nossas lenhas.
Resolvi então fazer mais um experimento de tingimento.


Ele pertence a família Polyporaceae, 
e é conhecido popularmente como orelha de pau.


Ele é realmente encantador.


Aproveitei o embalo e comecei a desovar todas as relíquias 
que meu marido e eu fomos guardando, 
esperando o tempo da tinturaria acontecer.


Chegou a hora!
Fiz o preparo de sementes de pessego, serragem de cedro, casca de Araucária angustifolia, cogumelo de orelha bege, cogumelo de orelha cinza, cascas de pinhões mal formados, líquens que encontramos nos pés abandonados de maçãs, casca de açoita cavalo, semente do palmito juçara
 e uma casca linda que vai ficar sem nome, por enquanto.


Já que foram guardados com tanto zelo
 merecem ser experimentados.
Agora começa a viagem de cada um dos seres que foram coletados.
Cada um vai oferecer sua cor a seu tempo.
É só esperar.
Isto é uma festa para um tintureiro artesanal!!!


Buscando a máquina de enrolar os fios, 
meu marido encontrou uma macela de quatro anos atrás.

Para não perde-la de vez fiz um experimento de tingimento.



Ficou bem clarinho. 
Na estamparia vegetal ela se destaca bem, 
porém no tingimento foi um fiasco. 
Ainda tenho um pouco de material do ano passado, 
vou experimentar mais tarde. 
Claro, ainda este mes.



Juntei o segundo banho dos chás com o segundo banho da macela, adicionei duas colheres de cochonilha e saiu este resultado acima.


Esta foto mostra a diferença entre chás, à direita, 
macela, no meio e mistura das duas, à esquerda.
Sinceridade: não gostei destes fios.
Vou tingi-los em outro momento.
Quanto as mechas vou deixar como ficou,  
pois são bons tons para a feltragem artística.


Há pelo menos dois anos estava estocando 
chás que ficavam velhos.
Desde erva doce, hortelã pimenta, guaco, hyperico, cabelo de milho, erva de são joão,  chissô, guanxuma, etc, etc, etc...
Desculpe-me, 
pois já não lembro de todos os restinhos de chá que fui guardando.


O resultado foi totalmente previsível, deu este tom bege claro.
Hoje tirei a foto na rua 
e as cores que estão na foto são mais próximas da realidade.
Para quem faz feltro artístico é um tom interessante.

Com certeza não iria desperdiçar banhos de tingimento.


Utilizei o segundo banho das cascas de cebola amarela, pois já estava muito velha, e o terceiro banho das cascas de cebola roxa.


Saiu estes tons beges.
Cada tipo de lã sai um tom diferente.
Quando coloco uma mecha crua acende mais os tons na fotografia.



Esta complicado tirar fotos 
e mostrar realmente os tons na realidade.


Esta foto mostra um comparativo do
primeiro banho da casca roxa, à direita,
do primeiro banho da casca amarela, à esquerda,
e, da mistura dos banhos , no meio.
Três tonalidades boas de mesclar em qualquer trabalho.


Estas cascas de cebola amarela são muito velhas, 
mas mesmo assim aproveitei-as.
Sei muito bem quanto custa reunir 100 g de cascas de cebola.


A cor não saiu forte do tanto que eu esperava.




Mesmo assim consegui uns tons interessantes.


Duas coisas me chamaram a atenção neste tingimento:
1. a lã de ovelha para carne tingiu muito bem;


2. este fio industrial  foi o que melhor tingiu até agora.


Resolvi fazer uma comparação até agora 
entre os elementos que usei:
> cachecóis feltrados, da esquerda para direita, 
temos o da casca de cebola amarela, 
o da casca de cebola roxa-primeiro banho, 
em seguida o cachecol do segundo banho da casca de cebola roxa, e, por baixo de todos, o cachecol tingido com a  quaresmeira;


> estes fios são de lã de ovelha de carne e seguem a mesma disposição dos cachecóis;


> as meadas de lã de merino também estão na 
mesma disposição dos cachecóis;


> nesta foto coloquei a lã crua para comparação;


> aí temos a lã tingida com a casca de cebola amarela 
e a da casca roxa. 

Com certeza preciso de cascas de cebola amarela mais novas.
Estas cascas meu marido e eu colhemos e 
guardamos a mais de 10 anos atrás. 
Gostei que ele desovou esta relíquia.

Levamos um ano, minha cunhada,  a mãe e eu,  
para reunirmos 500g de cascas de cebola vermelha.
Estas cascas são guardadas diligentemente a cada almoço 
onde elas são usadas.


Tingi não foi o maior problema, fotografar foi.
As cores do primeiro banho saíram  fantásticas.


Quem diz que consigo mostrar esta beleza toda.
Resolvi colocar um pedaço de lã na cor original.


Deu uma melhorada.
As cores apareceram mais.


Como o banho ainda estava forte, não tive dúvidas, 
coloquei mais material e fiz novo tingimento.


A cor ficou bem mais fraca, 
mas ficou mais forte do que o tingimento com a quaresmeira.


Lã em mecha e fios.
A esquerda, primeiro banho.
A direita, segundo banho.


Cachecóis feltrados.
A esquerda, primeiro banho.
A direita, segundo banho.


Esta peça bem abaixo na foto já havia tingido com a quaresmeira.
Resolvi tingi-la novamente 
no primeiro banho das cascas de cebola roxa.
Já estou  tingindo com a casca de cebola amarela.

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